Para muitas pessoas, o verão é a estação do ano mais esperada. No entanto, é nessa época que algumas alergias podem piorar. Fatores como o calor, a exposição solar, bem como os hábitos relacionados à estação podem aumentar a ocorrência de algumas doenças alérgicas. Uma delas é a dermatite atópica.
Trata-se de uma doença crônica de origem genética, que pode surgir em qualquer idade, sendo mais comum na infância. Dentre as causas de piora nessa época do ano estão o calor e suor excessivo. Segundo a médica alergista e imunologista Carolina Pennaforte, a doença se manifesta com lesões na pele (eczema), coceira intensa, ressecamento e descamação, principalmente no rosto, pescoço, braços e pernas. “A dermatite atópica é a porta de entrada para outras alergias e possíveis infecções”, diz.
De acordo com a especialista, o tratamento engloba alívio dos sintomas, melhora e controle permanentes das condições da pele para evitar as crises. Hidratação da pele, evitar ou reduzir o contato com substâncias que provocam ou agravam a doença e controlar a coceira são medidas importantes. “Recomenda-se evitar banhos longos e quentes, além de usar hidratantes e sabonetes adequados e hipoalergênicos”, orienta.
Outro problema comum na estação é a urticária. Conforme explica doutora Carolina, caracteriza-se pelo aparecimento abrupto de placas avermelhadas em locais variados do corpo, acompanhadas de coceira intensa. Entretanto, elas somem sem deixar cicatriz. “As causas mais comuns são medicamentos, alguns alimentos não habituais, corantes e aditivos utilizados como conservantes de alimentos, parasitas intestinais, infecções virais e algumas doenças”, aponta.
A médica relata que existem ainda as urticárias físicas, que estão relacionadas aos estímulos físicos – como os raios solares, frio, calor, vibração, exercícios físicos, dentre outros. A base do tratamento consiste em descobrir a causa, afastar e controlar os sintomas com uso de antialérgicos.
A fotodermatite, doença alérgica que também pode surgir no verão, está ligada a reações na pele que ocorrem com a ingestão de certos medicamentos ou a utilização de alguns produtos tópicos seguida de exposição solar. Lesão avermelhada, coceira e irritação na pele são os sintomas mais comuns, conforme salienta a alergista e imunologista. “Para minimizar o incômodo, pode-se usar gelo ou compressa fria local. Definir e afastar a causa são a base do tratamento. Medicamentos estão indicados nas crises”, expõe.
Reação inflamatória da pele, a fitofotodermatose surge a partir do contato com as substâncias sensibilizantes derivadas de plantas e, posteriormente, exposição à luz solar. O limão, laranja, lima e tangerina são ricos em substâncias fototóxicas conhecidas como furanocumarinas. Essas substâncias reagem quando expostas ao sol, podendo levar queimaduras. A melhor forma de prevenir, segundo doutora Carolina, é evitar contato com esses alimentos antes de se expor ao sol.
O tecido de roupas de verão, produtos de beleza, higiene pessoal, cosméticos e bijuterias são alguns dos itens que podem agredir a pele e levar à dermatite de contato. A doença pode provocar coceira, manchas vermelhas, inchaço e formação de bolhas. “O tratamento ideal é aquele onde se consegue identificar a substância responsável e afastá-la”, revela a médica.