Atualmente, são frequentes as dúvidas sobre amamentação e vacinação contra a Covid-19 em gestantes e lactantes. Para responder a alguns questionamentos sobre o tema, a pediatra e coordenadora da Linha Assistencial Materno Infantil da Maternidade Unimed Sul Capixaba, Grazielle Silva Ferreira Grillo, destacou as principais recomendações dos especialistas na entrevista a seguir.
Gestantes e lactantes do grupo de risco para a Covid-19 podem tomar a vacina contra a doença?
Dra. Grazielle: A decisão sobre tomar ou não a vacina deve ser feita em conjunto com um médico especialista, que irá avaliar os riscos e os benefícios de acordo com cada caso. A recomendação da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Frebasgo) e de diferentes especialistas é de que gestantes e lactantes do grupo de risco à Covid-19, que trabalham em hospitais ou tenham doenças crônicas, podem tomar a vacina. Apesar de não haver pesquisas sobre a eficácia da vacina nesse público, estudos em animais não demonstraram risco de malformações no feto de mulheres grávidas. Os estudos já realizados também não identificaram o coronavírus excretado no leite materno de mães com Covid-19.
As lactantes vacinadas ou que tenham a Covid-19 podem então continuar a amamentar?
Dra. Grazielle: Sim. As lactantes com Covid-19 não são impedidas de amamentar e as que tomarem a vacina também não devem parar de amamentar. Desde que o novo coronavírus foi descoberto, recomenda-se a manutenção da amamentação, pois o vírus não foi detectado no leite materno. Assim como ocorre em outras vacinações, acredita-se que o leite de mães lactantes vacinadas pode excretar anticorpos gerados pela vacina na forma de imunoglobina A (IgA), o que protegeria a criança da Covid-19.
O aleitamento materno também melhora a digestão e minimiza as cólicas, reduz o risco de doenças alérgicas, estimula e fortalece a arcada dentária e é a melhor maneira da mãe estabelecer vínculo com filho. Além disso, o leite materno é o alimento mais completo que o bebê pode receber por ter todos os nutrientes necessários para o crescimento saudável. Resumindo, o benefício do aleitamento materno para a criança é muito maior.
As vacinas que estão sendo aplicadas no País contra a Covid-19, a Coronavac e a de Oxford, não utilizam vírus vivos. O que isso significa?
Dra. Grazielle: As duas vacinas que estão sendo aplicadas no País, a Coronavac e a de Oxford, não utilizam vírus vivos, mas sim vírus inativado e vetor viral não replicante, respectivamente. Isso significa que elas não podem causar a doença na pessoa vacinada. É importante frisar que outras vacinas que usam tecnologias semelhantes a essas já fazem parte do calendário das gestantes, como as de tétano e influenza.
Existem vacinas que não devem ser aplicadas em gestantes?
Dra. Grazielle: As vacinas de vírus vivos atenuados, como a tríplice viral, para sarampo, rubéola e caxumba, não devem ser aplicadas em gestantes, por haver riscos durante a formação do embrião.
Como está ocorrendo o atendimento na Maternidade Unimed durante a pandemia? Foram necessárias muitas adequações?
Dra. Grazielle: Todos os protocolos de proteção, higienização e uso de Equipamentos de Proteção Individual são realizados na Maternidade Unimed. Na pandemia, suspendemos as visitas, com exceção do pai, quando este não for o acompanhante. Uma forma que encontramos para manter a proximidade com as futuras mamães foi com a realização das visitas virtuais à sala de parto. Assim, conseguimos deixá-las mais seguras e tranquilas em relação aos serviços e à estrutura que têm à disposição na Maternidade Unimed.
Durante as visitas são apresentados a sala de parto e os profissionais que integram a equipe multidisciplinar, além de esclarecidas as dúvidas da gestante e dos familiares. O serviço é agendado pelo WhatsApp 28-99973-1502 e acontece de segunda a sexta, por videochamada, com o acompanhamento de uma enfermeira. Também estamos promovemos diversas lives e postando vários conteúdos para as gestantes em nosso perfil no Instagram @unimedsulcapixaba.coop.br.