Apesar da Covid-19 já fazer parte do nosso dia a dia há dois anos e ser uma doença relativamente nova, estudos demonstram que algumas sequelas são mais comuns e rotineiras em grande parte dos pacientes pós Covid. Entre elas, destacam-se a redução da função pulmonar (asma), fraqueza muscular, dificuldade de concentração e/ou atenção, diminuição da coordenação motora e episódios de trombose. Além disso, nota-se em muitos casos a presença de queda de cabelo, ansiedade e depressão.
O Pilates foi criado por Joseph Pilates que sofria com asma, raquitismo e febre reumática. Com isso, o método priorizou o fortalecimento do sistema respiratório, a coordenação e concentração. Conforme explana a fisioterapeuta Danielle Vasconcelos Silveira, estas são algumas das queixas frequentes observadas nos pacientes pós Covid-19.
No que tange à aplicação do Pilates nesse contexto, a profissional explica que inicia-se a avaliação com uma anamnese. Nela, busca-se o máximo de informações sobre o quadro apresentado pelo paciente, suas queixas, sequelas, desconfortos, bem como seus objetivos. “Utilizamos alguns testes: teste de força muscular, de flexibilidade, sentar, levantar, oxímetro, teste de equilíbrio, Escala de Borg para verificar fadiga muscular, dentre outros”, enumera.
De acordo com a fisioterapeuta, os exercícios continuam sendo aplicados dentro do que o método propõe, enfatizando a respiração em todos os movimentos, corrigindo a postura, melhorando a coordenação, fortalecimento muscular, flexibilidade global e concentração. “O que muda no caso de pacientes pós Covid é a forma de aplicação: com séries mais leves e intervalos maiores entre os exercícios, evitando a fadiga respiratória”, elucida.
Quanto aos benefícios do Pilates na recuperação das sequelas provocadas pela doença, Danielle destaca o aumento da capacidade ventilatória, aumento da expansibilidade da caixa torácica e alongamento da musculatura torácica. Além disso, a prática minimiza a dispneia (falta de ar) e proporciona melhora da resistência e funcionalidade.