Geralmente, as pessoas procuram o dentista quando apresentam algum problema que começa a incomodar. A dor costuma ser o maior motivo dessa procura, significando que a doença já está instalada. Vale ressaltar, porém, que o problema poderia ter sido evitado se o paciente realizasse consultas periódicas preventivas. O check-up da saúde bucal consiste numa avaliação clínica minuciosa com o auxílio de imagens que possibilitam o diagnóstico.
“Após essa análise minuciosa, é elaborado um laudo para apontar os problemas identificados, assim como especificar o plano de tratamento, se for o caso”, expõe a endodontista Lívia Tiradentes. “Além disso, o pedido de exames complementares poderá ocorrer de acordo com a necessidade de cada caso, individualmente”, acrescenta.
De acordo com a especialista, detectar uma cárie no estágio inicial localizada ainda em esmalte, por exemplo, evita muitas dores ao paciente, já que as cáries mais profundas atingem a polpa dentária e podem resultar em um tratamento endodôntico. “O tratamento realizado logo no início diminui em termos de tempo e custo, assim como evita maior desconforto do paciente”, argumenta.
A endodontista enfatiza a importância da proservação, ou seja, observações periódicas de um tratamento odontológico para o acompanhamento da evolução de estados clínicos, radiográficos de saúde bucal e da saúde geral do paciente. “Fazer a proservação do tratamento endodôntico deveria ser parte da continuação do tratamento”, avalia.
Apesar de todos os pacientes serem devidamente orientados, inclusive por escrito, a retornarem a cada seis meses para realização de novas radiografias e exames clínicos, o índice de retorno dos pacientes –conforme alerta a odontóloga – é baixíssimo. Entretanto, o sucesso do tratamento endodôntico só poderá estar caracterizado efetivamente, a partir do momento em que tiver sido realizado o acompanhamento periódico.
“Ao receber um paciente para realizar uma consulta para proservação de um caso realizado há alguns meses ou anos atrás fico bastante alegre, pois ali está a oportunidade de verificar se a conduta terapêutica adotada foi exitosa e se o prognóstico estabelecido no início do tratamento foi alcançado ou até mesmo superado”, conclui doutora Lívia.
Ainda conforme relata a endodontista, o profissional fica realizado quando tem a oportunidade de proservar um caso clínico. “Na grande maioria das vezes, o que queremos com a proservação dos casos tratados endodonticamente é verificar se uma lesão apical está em fase de regressão, se houve o total reparo ósseo da lesão ou se, na ausência de lesões apicais, os tecidos periapicais conservam-se íntegros”, conclui.
Foto: Jonathan Lessa