Conhecida também como tendinite do calcâneo, a tendinite de Aquiles acomete o tendão do calcâneo, ou o osso do calcanhar. A condição está relacionada, principalmente, a uma degeneração do tendão e das fibras de colágeno. Causa alteração na arquitetura do tendão e consequente espessamento. A lesão muitas vezes é lenta e por esforços repetitivos.
O ortopedista Luciano Brasil, especialista em cirurgia dos pés na clínica Ortotrauma explica que com a lesão, o alinhamento das fibras do tendão apresenta uma série de microrrupturas. “Quando o problema acontece até seis centímetros acima do calcâneo é chamado de tendinite não-insercional e, nestes casos, poderá causar rompimento do tendão agravando a lesão”, expõe.
Já quando a degeneração ocorre entre o tendão e o osso calcâneo, o paciente é acometido por uma tendinite insercional – relata doutor Luciano. “Dos esportistas que mais sofrem com a condição, nove em cada dez casos ocorrem entre praticantes de corrida. Porém, esportistas que praticam modalidades como tênis, vôlei, futebol e basquete também estão suscetíveis à tendinite de Aquiles”, diz.
Alterações na marcha e na mecânica da pisada, desalinhamento dos pés e esforços intensos na região estão entre as causas do transtorno, que está entre as três patologias mais atendidas no consultório do ortopedista – principalmente em atletas. Falando sobre os sintomas, o especialista destaca a dor no calcanhar, especialmente ao toque, e se intensificando durante as atividades físicas. “Quando o problema é crônico, a dor é incessante”, informa.
Segundo o médico, o problema pode ser constatado por meio de exames clínicos. “Uma radiografia local também é de suma importância para eliminar qualquer dúvida quanto à ordem da lesão. A ultrassom nos informa a arquitetura e possíveis alterações no tendão. A ressonância magnética é realizada quando o ultrassom e radiografias não são esclarecedores no diagnóstico”, explana.
Ainda de acordo com doutor Luciano, o tratamento, na grande maioria das vezes, é conservador inicialmente, com medidas que variam desde o repouso até eventualmente uma intervenção cirúrgica. Exercícios de alongamento e fortalecimento da musculatura, bem como correção de eventuais deformidades auxiliam no resultado do tratamento.
“Outro procedimento médico indicado para esse problema é o tratamento por ondas de choque. Sobretudo se a reabilitação ou correção de eventuais deformidades nos pés não estiverem trazendo benefícios. O tempo de tratamento é sempre prolongado”, finaliza o ortopedista.
Foto: Jonathan Lessa