“A doação de sangue é um ato de elevadíssimo altruísmo”

737

Wagner Medeiros Junior
Economista e Especialista em Gestão de Saúde

 No dia 25 de novembro comemora-se no Brasil o dia do doador voluntário de sangue. Este dia deve ser lembrado com muita satisfação, uma vez que a doação de sangue é um ato de elevadíssimo altruísmo, de importância fundamental, pelo beneficio que proporciona. Por isto, doar sangue também é um ato de amor que merece o reconhecimento da sociedade. Então, parabéns aos doadores voluntários de sangue pelo seu dia!

Estudos recentes apontam que no Brasil aproximadamente 1,6% da população é doadora de sangue. Anualmente são coletados nos hemocentros e nas demais agências coletoras aproximadamente 3,6 milhões de bolsas de sangue. Embora o percentual de doadores em nosso país encontre-se dentro dos parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 1 a 3% do contingente populacional, ainda há deficiência no número de doadores.

Estudo da rede BBC Brasil, realizado no ano de 2015, assinala que seis em cada dez doadores no Brasil são voluntários – aqueles que realizam a doação com freqüência, sem levar em consideração o indivíduo que irá receber o sangue. Portanto, os doadores voluntários formam um contingente maior que os de reposição, que são aqueles que fazem a doação de forma esporádica, para atender necessidades específicas, sejam de parentes, amigos, conhecidos, etc.

O maior doador de sangue do Brasil, reconhecido pela OMS, é o catarinense Orestes Galanovski. O total de doações realizadas por ele, até o ano de 2011, foi de 187, o que o levou a estabelecer o recorde brasileiro, no RankBrasil, ao completar 65 anos.

O candidato a doador deve ter entre 16 e 69 anos, comprovados através de documento com fotografia. Entretanto, os maiores de 60 anos só podem doar se já tiverem feito alguma doação antes de completar esta idade. Já para os menores de 18 anos há necessidade de consentimento do responsável. Além disso, deve pesar no mínimo 50 quilos; apresentar bom estado de saúde; não ter Hepatite B, Hepatite C, Doença de Chagas, Sífilis, HIV (AIDS), HTLV; não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores a doação e ter feito o repouso suficiente antes de submetido a esse processo, evitando a ingestão de alimentos gordurosos.

A frequência máxima é de quatro doações anuais para os homens, com intervalo mínimo de 60 dias entre as doações. Para as mulheres a frequência é de três doações anuais, com intervalo mínimo de 90 dias. É importante observar que o ato de doar é voluntário e pode beneficiar qualquer pessoa, independente da situação social ou qualquer outra forma de discriminação.

Um dos objetivos da Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados (CGSH), órgão do Ministério da Saúde (MS), é difundir que o ato de doar sangue não faz mal para o doador, como também que é um procedimento totalmente seguro, sem qualquer risco de contaminação, uma vez que a tecnologia utilizada e os protocolos estabelecidos pelo MS estão de acordo com as boas práticas médicas.

Para garantir o estoque de sangue necessário nos estabelecimentos que realizam a transfusão é imprescindível que a população tenha o hábito de doar com regularidade, incorporando essa prática no seu dia a dia. Deve-se considerar, por fim, que a decisão de ser um doador de sangue é um ato de cidadania em sua forma mais nobre, que é a de salvar a vida de pessoas.

Este artigo foi escrito com a colaboração da enfermeira Glaucia Cezati Canal, Coordenadora de Enfermagem do Banco de Sangue do Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim.

 

 



A revista Viver! é publicada mensalmente há mais de 17 anos com circulação no Espírito Santo. Trata-se de uma das mais importantes revistas de saúde do Brasil, com centenas de especialistas em prol do dilema "Informação que faz bem".


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *