Dr. José Gomes da Silva Neto
Psicanalista, acupunturista e homeopata
A característica da síndrome do “pequeno grande autoritário” refere-se ao comportamento abusivo e agressivo por parte de algumas crianças em relação aos mais velhos. A síndrome do imperador vem surgindo e se fixando em nossa sociedade cada vez mais.
A criança com essa síndrome não sente culpa pelo que faz aos outros, seu comportamento é desmedido e nada convencional para a idade. É tirana e controla tudo o que vê pela frente; dá ordens e exige respeito, atua de forma impulsiva, não teme figuras de autoridades como professores, diretores da escola, pais e irmãos mais velhos.
Uma criança imperadora pode chegar a dar empurrões, bater, fazer ameaças, destruir o ambiente onde está por birra, faz agressão verbal, coage os pais, não demonstra solidariedade. Quando frustrada, torna-se violenta. Apresenta necessidade de chamar a atenção, quer ser o centro de tudo. É agitada, inquieta, grita quando é contrariada; é manipuladora, tem marcante desobediência, rebeldia e insubordinação.
Quando os pais procuram auxílio aos serviços sociais e psicólogos é porque não conseguem mais deter o filho, e a situação já saiu do controle há muito tempo. Para evitar que a situação fique insustentável, a educação é o melhor caminho. Alguns especialistas relatam que a síndrome do imperador tem relação com a genética, mas é o ambiente e os familiares que influenciam no surgimento.
O grande erro está na superproteção e em fazer todas as vontades do jovem. Pois, muitos pais para compensar o filho de sua ausência dentro de casa devido ao trabalho, o deixam fazer o que quiser – com isso, não exercem autoridade, são totalmente permissivos, não ensinam a criança a ser afetuosa e cordial em suas relações.
Para a criança, é importante que conviva bem com as outras pessoas desde cedo, porque: é importante sentir-se adequada e aceita; um dia ela sairá do ninho para viver em sociedade; o bom relacionamento é uma porta aberta para ser feliz na vida profissional e pessoal.
Foto: Jonathan Lessa