Fevereiro é o mês escolhido para alertar sobre uma das doenças que mais crescem na população idosa. Trata-se do Alzheimer, que segundo o IBGE, atingiu mais de 30 milhões de idosos entre 2012 e 2017. Um crescimento de quase 20% em apenas cinco anos. A patologia está entre as mais incapacitantes e que mais geram sofrimento para o paciente e família, representando uma das principais síndromes demenciais que afetam a terceira idade.
Prestar atenção aos sinais da doença e aos fatores que podem prevenir ou retardar o problema é, sem dúvidas, de suma importância nesse contexto. No que diz respeito aos primeiros sintomas, o neurologista Ricardo Miranda explica: “No início o paciente habitualmente tem dificuldade de memorização de eventos recentes, repetição da mesma pergunta várias vezes, costuma contar a mesma coisa repetidamente (esquecendo que já falou do assunto) e por vezes ocorre desorientação no tempo (não sabe o dia ou mês em que está), ou até mesmo se confunde em locais que locais que conhece bem”.
O Mal de Alzheimer causa um grande impacto na vida dos familiares. Conforme salienta doutor Ricardo, as pessoas próximas vão, com o passar do tempo, tendo que aumentar os cuidados para evitar acidentes e ajudar nas tarefas diárias. Por fim, nos cuidados pessoais como alimentação, higiene e locomoção.
Algumas medidas podem ajudar na prevenção da doença. Doutor Ricardo menciona a importância de adotar, desde cedo, hábitos de vida saudáveis, realizar exercícios físicos regulares, evitar bebidas alcoólicas e tabagismo. Além do tratamento de fatores de risco como hipertensão arterial, diabetes e colesterol/triglicerídeos elevados.
Quando a doença já se instalou, algumas atitudes e cuidados podem melhorar a qualidade de vida do idoso. “O suporte dos familiares, que devem estimular atividade física e mental, é fundamental. Além do tratamento com equipe multidisciplinar, envolvendo neurologista (tratamento medicamentoso da doença e das comorbidades), fisioterapeuta, terapia ocupacional e fonoaudiologia”, lista o médico.
População alerta
“Fevereiro roxo é uma campanha para alertar a população para prevenção da doença, identificação de possíveis casos na família e conscientização sobre o tratamento”, esclarece o neurologista. “Embora ainda não haja cura, há medidas para melhorar a performance do paciente, retardar a progressão da doença e ajudar nas medidas de conforto e alívio dos sintomas, incluindo os familiares, inclusive”, salienta.
Foto por Erika Medeiros