Os casos de infecção do trato urinário aumentam bastante com a chegada do verão. Isso se deve, principalmente, por conta da desidratação provocada pelo calor excessivo. “A perda de líquidos pelo suor e respiração gera menor produção de urina e, como consequência, menor volume urinário”, explica o urologista Guilherme Abib. “No verão, existe o aumento da umidade em áreas íntimas, a qual determina mudanças na população de bactérias e germes comuns dessa região, causando um desequilíbrio que propicia o desenvolvimento de infecções”, completa.
O problema afeta mais frequentemente o sexo feminino do que masculino. Isso porque, conforme esclarece o especialista, as mulheres possuem a uretra mais curta e com maior proximidade ao ânus do que os homens, o que facilita a migração de bactérias no canal urinário, seguindo para a bexiga. “O maior tempo retendo a urina e a ingesta menor de líquidos, característico de algumas mulheres, favorece o quadro”, argumenta.
Fique atento aos sintomas! Alguns sinais de alerta, de acordo com doutor Guilherme, são ardência ao urinar, ir várias vezes ao banheiro em intervalos curtos, urina com odor forte, sensação de bexiga sempre cheia e dores pélvicas (no “pé da barriga”). “É possível que ocorra sangramento ao urinar devido ao estado inflamatório da bexiga. Nos casos em que a infecção atinge os rins, os pacientes podem sentir febre, calafrios, dor nas costas e apatia”, enumera.
Ao ignorar o problema e não tratá-lo adequadamente, conforme explana o urologista, existe o risco de a doença afetar os rins (pielonefrite), necessitando de uso de antibiótico endovenoso (na veia), podendo estar associado ou não à formação de abscesso (pus no rim) ou disseminação sistêmica, principalmente em mulheres jovens, sexualmente ativas ou com quadro associado a obstrução do ureter por cálculo. “Em estágio mais avançado, é possível provocar quadros graves de infecção generalizada. Por isso é importante manter-se sempre hidratado e monitorando qualquer alteração no organismo”, alerta.
O tratamento da infecção urinária – elucida o especialista – é sempre feito com antibiótico e preferencialmente após coleta de exame de urina e cultura. Outros medicamentos podem ser usados como coadjuvantes em algumas situações, como alívio dos sintomas e principalmente nas pessoas que apresentam infecção urinária de repetição (mais de três casos em 6 meses), tais como: extrato de Cranberry, extratos de bactérias para melhorar a imunidade e uso de tratamento hormonal local em mulheres na menopausa.
Cuide-se!
– Revise os hábitos de higiene durante as micções;
– Utilize água e sabonete após as evacuações, com cuidado no direcionamento do fluxo de água para o enxágue;
– Regularize o ritmo intestinal, pois longos períodos de constipação permitem a proliferação bacteriana pela presença de fezes ressecadas na ampola retal;
– Prefira roupas íntimas de algodão, evitando tecidos sintéticos e modelos “colados” ao corpo;
– Cuidados de higiene antes e após as relações sexuais;
– Beba 2 litros de água ao dia, ou o suficiente para deixar a urina com coloração clara.