Que estamos vivendo uma epidemia de obesidade, não é novidade. E dentre os inúmeros problemas de saúde ocasionados por essa doença caracterizada pelo peso excessivo, está o diabetes tipo 2. Uma projeção apresentada no Congresso Europeu de Obesidade, em Viena (Áustria) indica que, se as tendências atuais forem mantidas, uma em cada oito pessoas (12%) terá diabetes tipo 2 em 2045.
De acordo com a endocrinologista Iara do Vale Machado, a obesidade tem aumentado muito devido à mudança do estilo de vida. Ou seja, o aumento do sedentarismo e a ingesta de alimentos com mais açúcar e gordura, produtos industrializados e menor ingesta de produtos naturais e saudáveis, como frutas e verduras. “Além disso, o estresse e a ansiedade são componentes frequentes no dia a dia das pessoas, podendo levar à compulsão alimentar e, consequentemente, à obesidade”, expõe.
Falando sobre a relação entre obesidade e diabetes, doutora Iara reforça que o excesso de peso é um fator de risco muito importante para o aparecimento do diabetes. Com essa junção, surgem outros prejuízos à saúde. “A obesidade e o diabetes são dois fortes fatores de risco para doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico”, alerta.
Logo, conforme salienta a especialista, esses dois fatores de risco juntos potencializam o risco cardiovascular e risco de morte. “Além disso, obesidade e diabetes favorecem aparecimento de diversos tipos de câncer”, completa.
Doutora Iara salienta que o diabetes tipo 2 , na maioria das vezes, não manifesta sintomas.
Por isso, muitas pessoas demoram a ter o diagnóstico e se tratar. “Os sintomas aparecem após uma elevação importante da glicose, geralmente quando maior que 260 mg/dl. “Os mais comuns são sede excessiva, urinar muito, formigamento nas pernas e pés, visão turva e cansaço”, aponta.
O diagnóstico do diabetes tipo 2 é feito através da dosagem de glicose em jejum no sangue. Trata-se um teste que deve ser feito periodicamente por todos, aumentando as chances de um diagnóstico precoce, dando início ao tratamento. A adoção de medidas públicas a fim de reduzir a obesidade, segundo pesquisadores, é a melhor forma de desacelerar ou estabilizar a prevalência insustentável do diabetes.
Foto: Jonathan Lessa