Estudos realizados até o momento consideram que as crianças representam a faixa etária com menor sensibilidade às possíveis complicações da COVID-19. Não existem registros de complicações em pacientes com menos de 10 anos de idade. “Vale ressaltar que as crianças são suscetíveis à infecção, mas em sua maioria não apresentam sintomas. Além disso, os pequenos são vetores da doença, podendo transmiti-las a pessoas em situações mais vulneráveis”, revela doutor Hudson Cacau, pediatra Coordenador do PAI/PS do HIFA.
O pediatra ressalta que é fundamental reforçar a importância de as famílias aderirem à quarentena, fazendo com que a criança saia de casa o mínimo possível e em casos de extrema necessidade. Com o confinamento, a saúde mental passa a ser foco também da atenção dos pais. “Quando a idade da criança já permite, é preciso conversar, fazê-la entender a real necessidade do isolamento e traçar alternativas para que a presença em família seja a mais agradável possível; ouvir o que a criança tem a dizer e tentar ser lúdico nesse momento, que é novo para todos”, aconselha.
Conforme orienta o médico, como não sabemos ao certo o período que ficaremos de quarentena, é importante criar uma rotina organizada, com horários para dormir, acordar e fazer refeições, e, se possível, dedicar mais tempo para as atividades lúdicas em família. Esse pode ser um período de aproximação entre pais e filhos, no qual deve-se proporcionar um ambiente acolhedor e de apoio mútuo. Também é importante cuidar da alimentação dos pequenos, priorizando alimentos in natura que têm efeito protetor do corpo – cuidado com o excesso de guloseimas.
“Reserve ao menos 20 minutos diários para estimular ou praticar exercícios com as crianças, em casa. O período pode ser dividido em turnos e incluir brincadeiras, como circuitos caseiros esportivos. Procurar associar as atividades lúdicas esportivas com a exposição ao sol no período de sete às 10 horas ou após às 16 horas”, propõe doutor Hudson. “Uma alternativa é fazer os exercícios na varanda ou na parte da casa que tenha esse contato com o sol, como janelas e sacadas”, diz.
A tecnologia deve ser uma aliada. O pediatra orienta que os pais definam com as crianças os horários para o uso saudável das telas, seguindo as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria, evitando ultrapassar os limites e o acesso sem supervisão a conteúdos inadequados. “Tudo isso deve ser feito em conjunto: pais e filhos. Se fizer de forma lúdica será menos traumático para a criança e o isolamento pode acabar servindo como um momento de aproximação entre pais e filhos”, finaliza.
Cuide da higiene
- Ensine seu filho a fazer a higiene adequada das mãos, reforçando que a higiene adequada é um hábito que deve durar mesmo quando a pandemia acabar. As mãos devem ser higienizadas com água e sabão ou álcool em gel.
- Além das restrições sociais e do cuidado ao tossir e espirrar, outra orientação é limpar todos os ambientes, superfícies e equipamentos – com atenção especial aos smartphones, pois nesse período são grandes aliados da concentração dos pequenos. Os ambientes podem ser limpos com álcool etílico, com a porcentagem entre 60% e 70%.
Foto por Wallace Hull