Definida como a presença do tecido que reveste o interior do útero (endométrio) fora da cavidade uterina, a endometriose acomete entre 3 a 19% das mulheres em idade reprodutiva. Em alguns casos, pode acometer o intestino, caracterizando assim a endometriose colorretal. O cometimento intestinal pode estar presente em 3 a 34% das mulheres com o problema.
Um dos principais fatores para o envolvimento do intestino pela endometriose, conforme elucida o coloproctologista e cirurgião geral Gediel Xavier, é a proximidade dessas estruturas do útero e anexos uterinos, o que leva ao acometimento do retossigmoide em até 5 a 10% dos casos de endometriose. Este, por sua vez, é responsável por 65% dos casos intestinais, sendo em ordem de frequência os outros segmentos envolvidos: apêndice, ceco, íleo terminal e colón transverso.
Doutor Gediel explica que se a endometriose colorretal se apresenta mais comumente em pacientes com idade entre 25 a 30 anos com dor crônica abdominal, dor durante a relação sexual e infertilidade – presente em até 30% dos casos.
Com respeito aos sintomas, o médico relata que a dor tipo cólica no abdome inferior, constipação e diarreia ocorrem em quase todos os pacientes com endometriose intestinal. “Os demais sintomas incluem evacuação incompleta, alternância do hábito intestinal com defecação dolorosa, sangramento retal e obstrução parcial do intestino”, enumera, acrescentando que todos esses sintomas são intensificados no período menstrual.
Tendo em vista que os sintomas da endometriose colorretal e câncer do intestino são muito semelhantes, somente uma avaliação mais específica com o coloproctologista pode diferenciar as doenças. “Em geral, as pacientes com endometriose são mais jovens, em idade fértil, os sintomas são mais arrastados e geralmente sem perda de peso e com exacerbação no período menstrual”, argumenta. “Precisamos estar atentos, pois o câncer colorretal é o segundo mais comum em mulheres e tem aumentado sua ocorrência em mulheres mais jovens depois dos 45 anos”, alerta.
Feito o diagnóstico, que é realizado com exames físico e de imagem, e em alguns casos a laparoscopia, será traçado o melhor tratamento para cada caso de endometriose colorretal. Podendo ser medicamentoso ou cirúrgico, levando em conta a idade, desejo de gravidez e a gravidade da doença. “O tratamento inicial baseia-se em hormonioterapia, que fará a suspensão da menstruação. Não havendo melhora clínica, indica-se o tratamento cirúrgico, que pode ser conservador ou radical”, relata doutor Gediel, informando que aproximadamente 61 a 100% das mulheres apresentam melhora dos sintomas após o tratamento.
SER MÉDICO É…
“Para mim, ser médico vai muito além do que simplesmente tratar de doenças. É, acima de tudo, ter a oportunidade de poder cuidar das pessoas”.
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