Considerada um problema mundial de saúde pública, a hepatite pode ocasionar problemas hepáticos graves, levando até mesmo à morte. Conforme dados da Sociedade Brasileira de Infectologia, há entre 1,5 milhão e dois milhões de pessoas com hepatite no país. Entretanto, só cerca de 300 mil sabem que têm a doença.
A gastroenterologista Alzimara Hemerly de Almeida Freitas, referência em hepatites virais pelo Ministério da Saúde em Cachoeiro, explica que se tratam de doenças infectocontagiosas causadas por vírus que tem afinidade pelo fígado. O resultado é uma inflamação, que pode ser aguda ou crônica. “Temos os tipos A, B, C, D e E. Na nossa região, predominam as hepatites do tipo A, B e C”, relata.
Segundo a especialista, a prevalência da hepatite A é universal, sendo muito comum em crianças. A doença está diretamente relacionada com as condições socioeconômicas e higiênicas da população, tendo em vista que sua transmissão é fecal-oral (por ingestão de água e alimentos contaminados).
Já as hepatites B e C são transmitidas por relações sexuais desprotegidas, da mãe contaminada para o bebê durante o parto ou amamentação e por materiais com sangue contaminado. Entre eles, a médica cita materiais utilizados em tatuagens, manicure, além do uso de drogas injetáveis.
Conforme informa a gastroenterologista, cerca de 1% da população do Espírito Santo é portadora de hepatites B/C. Falando sobre os sintomas, ela ressalta que dependem da fase da doença. “Na fase aguda a pessoa tem febre baixa, dor abdominal, náuseas e, principalmente, olhos amarelados (icterícia), além de a urina ter coloração escura. A fase crônica pode ser totalmente assintomática ou ter sintomas inespecíficos, como dor articular ou desânimo”, aponta.
Doutora Alzimara revela que, muitas vezes, os pacientes descobrem ser portadores da patologia ao tentar doar sangue ou em uma consulta de rotina. “Existem testes sorológicos específicos e também testes rápidos como formas de diagnóstico”, expressa a especialista, acrescentando que em Cachoeiro estes podem ser realizados gratuitamente no CRIAS, que funciona como centro de testagem e aconselhamento (CTA).
Medidas preventivas
O dia 28 de julho foi escolhido como dia mundial da luta contra as hepatites virais a fim de divulgar a importância do diagnóstico e esclarecer sobre as possibilidades de tratamento das hepatites, que atingem grande parte da população mundial. O melhor remédio, porém, é a prevenção.
“Para se prevenir da hepatite, deve-se ingerir água potável e alimentos bem higienizados, lavar as mãos antes das refeições e após usar os sanitários. Para prevenção das hepatites B e C é importante fazer sexo seguro, nunca compartilhar materiais de manicure e pedicure, exigir material descartável para fazer tratamentos odontológicos, cirúrgicos, tatuagens e depilação. Além de tomar vacina contra a hepatite B, que está disponível nos postos de saúde para todas as idades”, orienta.
Foto: Jonathan Lessa