Em novembro de 2020, mais de cinco milhões de meninos e meninas não tiveram acesso à educação. Destes, 40% eram crianças de seis a 10 anos de idade. Com escolas fechadas, em novembro daquele ano, quase 1,5 milhão de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos não frequentavam a escola remota ou presencialmente. Outros 3,7 milhões estavam matriculados, não tiveram acesso às atividades escolares e não conseguiram aprender em casa.
Um total de 5,1 milhões de meninos e meninas sem acesso à educação em novembro de 2020, 41% crianças de 6 a 10 anos; 27,8 crianças/adolescentes de 11 a 14 anos e 31,2%, adolescentes de 15 a 17 anos, conforme dados da Unicef. “A educação talvez seja o setor mais afetado pela pandemia de Covid-19. Mesmo com o empenho de redes e escolas na oferta emergencial do ensino remoto, os impactos na aprendizagem são profundos e os efeitos talvez perdurem por anos”, relata a fonoaudióloga Nely Lopes.
“Nunca foi tão importante focar na recomposição das aprendizagens de crianças e jovens para garantir que conhecimentos e habilidades importantes não fiquem para trás”, ressalta a profissional. “Para crianças, adolescentes e adultos com desempenho atípico ou atrasado, a intervenção correta também ajudará no fortalecimento da autoestima e autoconfiança”, diz.
Independentemente de quais forem as diversidades ou dificuldades nos processos de desenvolvimento e aprendizagem, a intervenção terapêutica sempre se faz necessária. Intervenções pontuais voltadas às particularidades de cada caso, de acordo com a profissional, objetivam auxiliar na superação e adaptação de limitações e dificuldades, visando impulsionar o pleno desenvolvimento.
“O fonoaudiólogo intervirá nas queixas de atraso no desenvolvimento da fala (linguagem oral). Também é necessário acompanhar as habilidades de leitura, escrita e de adaptação escolar. Quanto mais precoce, intensiva e especializada for a intervenção, melhores serão os resultados”, salienta Nely.
Segundo a fonoaudióloga, a Neuropsicopedagogia tem um papel fundamental na compreensão do funcionamento cerebral e das suas respectivas alterações. Estuda a relação entre a atividade nervosa superior e o comportamento, a cognição, as emoções, a motivação e a vida em relação. “A intervenção neuropsicológica consiste em avaliar e reabilitar/estimular as funções cognitivas (memória, atenção, linguagem oral e escrita, cálculo, capacidades viso-espaciais, planeamento e ação, destreza manual, raciocínio, entre outros”, esclarece.
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