Aprovado como Tecnologia Educacional pelo MEC em dezembro de 2009, o Método das Boquinhas foi atestado como eficiente para alfabetizar e recuperar a alfabetização de crianças, jovens ou adultos. Sua fundamentação teórica é de base multissensorial, fônica-vísuo-articulatória, propiciando rapidez e segurança na associação do fonema ao grafema (som à letra).
“Trata-se de uma metodologia concreta e sinestésica, a qual acrescenta o diferencial do articulema (boquinha), contribuindo para o real aprendizado e recuperação da leitura e escrita”, explicam as fonoaudiólogas Tais Nogueira dos Santos da Cunha e Jakliny Leal Scarpi, da Fonocenter. “Pode ser usada na íntegra, como metodologia adotada pela escola, ou como uma ferramenta de trabalho para a conversão fonema/grafema, sendo inserida na metodologia adotada pela escola”, completam.
Segundo as profissionais, o Método das Boquinhas é de fácil aplicabilidade e compreensão e pode até ser utilizado em salas de aula, nos consultórios com todas as crianças, alunos comuns e outros com trocas de letras. Tazendo assim, um grande e positivo impacto sobre os resultados na aprendizagem e autoestima do profissional envolvido e da criança.
Falando sobre como ocorre o processo, as fonoaudiólogas esclarecem que o Método das Boquinhas viabiliza e favorece a alfabetização a partir da conscientização fonoarticulatória. Com esse conhecimento, atinge-se seguramente, e de maneira rápida e eficaz, a conversão fonema/grafema, viabilizando a compreensão e utilização do sistema de escrita alfabética da Língua Portuguesa.
Assim, se torna um método oralista, fônico e articulatório de alfabetização, que além de viabilizar a aquisição da leitura e escrita pela fala, fortalece a correta articulação, propiciando uma mediação pedagógica e preventiva das alterações fonológicas de fala e processamento auditivo, reforçado nas orientações de atuação da Fonoaudiologia na Educação, conforme explana o Conselho Regional de Fonoaudiologia (2ª região, 2010).
Por que o método Boquinhas funciona?
O ponto de partida do ser humano na aquisição de conhecimento reside na boca, inicialmente exercendo a função de respirar, seguida de se alimentar e paulatinamente na produção de sons – fonemas, que são transformados em fala, meio de comunicação inerente ao ser humano. Assim, partindo-se do pressuposto de que as habilidades de falar e escutar, no que diz respeito aos sons da língua, já estariam dominadas pelas crianças, pelo menos em termos de possibilidades neurogenéticas, essas habilidades poderiam nortear o universo a ser descoberto, isto é, a leitura e escrita.
No método, a criança é levada a ler, escrever e pensar, aprendendo com maior prazer, segurança e eficiência o uso significativo da leitura/escrita, bem como a adquir maior velocidade e consciência na sua aquisição, num tempo inferior ao que levaria se comparado ao ensino tradicional. Além disso, Boquinhas estimula a criança a lidar com a língua escrita, mecanismo que a auxiliará, futuramente, a desenvolver um auto-monitoramento e outras destrezas metacognitivas importantes para construir textos significativos, interpretá-los, identificar a informação mais importante, sintetizar e gerar perguntas.
(Fotos: Jonathan Lessa)