Devido à grande quantidade de livros, cadernos e outros materiais escolares, muitos estudantes têm carregado mais peso do que o recomendado na mochila. Vale ressaltar que a carga máxima do acessório não deve ultrapassar 10% do peso corporal da criança – uma criança pesando 30 quilos pode levar, no máximo, uma mochila de três quilos nas costas. Cargas maiores que os 10% de peso corporal devem ser levadas em um carrinho.
Falando sobre os riscos envolvidos no excesso de peso da mochila escolar, o ortopedista Rafael Moreira Mattos, da Ortotrauma, explica que os principais sintomas são principalmente a queixa de dor lombar e dorsal, assim como uma postura antálgica – a criança tende a juntar os ombros e projetar o tórax para frente para conseguir equilibrar o peso excessivo que carrega. “Esse tipo de postura, por tempo prolongado, leva a vícios posturais de difícil controle, encurtamento muscular e dor mesmo em repouso”, explana.
Doutor Rafael revela que o peso excessivo por períodos prolongados pode levar a alterações esqueléticas, se não tratado, tais como o agravamento de escoliose, aumento da cifose dorsal (“corcunda”), dor e dificuldade em realizar atividade física. “O tamanho e forma da mochila têm que ser compatíveis com a idade, peso e altura da criança. O ideal é que tenha alças largas e acolchoadas, ajustadas de uma maneira que se encontrem rente às costas e cerca de quatro dedos acima da cintura da criança”, orienta.
O especialista também frisa que as duas alças da mochila devem ser utilizadas, evitando-se apoiar todo o peso da mesma em apenas um ombro. “Além do modelo e ajustes adequados da mochila, a forma na qual os livros, cadernos e estojos são organizados dentro da mochila também é importante. Os maiores livos devem ficar no fundo da mochila, apoiando nas costas, com os menores mais à frente e estojos nos compartimentos mais anteriores”, conclui o ortopedista.
Foto por Erika Medeiros