Quem nunca sofreu com piolhos quando criança, que atire a primeira pedra. Não é de hoje que esse minúsculo inseto se instala no couro cabeludo dos pequenos – e em alguns casos, até mesmo em adultos – causando muito incômodo. O sintoma mais evidente é a coceira, que muitas vezes é tão intensa que pode provocar machucadinhos na cabeça, na nuca e atrás da orelha, onde também podem surgir ínguas.
Mas porque a propagação de piolho é tão comum na escola? A dermatologista Martha Proença explica que a transmissão da infestação se dá por meio de contato direto. “Nas escolas e creches as crianças permanecem próximas umas das outras, e é frequente a troca e o compartilhamento de itens como adereços de cabelos, arcos, bonés e escovas, ou mesmo pela proximidade nos momentos de brincadeiras”, relata.
Conforme explana a especialista, trata-se de um parasita sugador de sangue que vive e se reproduz na superfície da pele e dos pêlos. “Em alguns casos, quando a infestação é muito intensa, seja por hábitos de higiene inadequados, seja por alterações na imunidade da criança, podem ocorrer quadros de anemia, ou infecções secundárias por bactérias”, revela.
A médica alerta ainda sobre os riscos de tratamentos caseiros sem orientação. “Às vezes, no intuito de acabar logo com o problema, o uso de produtos inadequados pode levar a irritações na pele, em especial na pele sensível das crianças – o que acaba por agravar a situação”, aponta. Outra medida tomada por alguns pais mas que raramente é realmente necessária, é o corte de cabelos de crianças acometidas pelo piolho.
No que diz respeito ao tratamento adequado e cuidados para evitar recidivas, doutora Martha orienta: “O tratamento geralmente se faz com produtos de uso tópico (xampus e loções) e com medicamento via oral.; roupas e utensílios pessoais de pano usados nas últimas 48 horas devem ser lavados com água em temperatura acima de 50 graus; manter escovas de cabelos submersas em água por 10 minutos é uma medida suficiente para matar o piolho presente nos utensílios contaminados”.
De acordo com a dermatologista, quando o assunto é piolho, o principal sempre é a prevenção! “Evite o compartilhamento de roupas, toalhas, acessórios de cabelo e outros objetos de uso pessoal. Verifique frequentemente a cabeça das crianças, para que se possa agir prontamente no caso de uma possível infestação. Se for verificado em tempo, não é difícil acabar com os piolhos”, ressalta.
Foto por Erika Medeiros