Basta chegar perto de um gatinho que você começa a espirrar e ter outras reações nada agradáveis? Infelizmente, é bem provável que você esteja entre algumas pessoas que sofrem de alergia aos felinos. E conforme explica doutora Carolina Pennaforte, médica alergista e imunologista, as reações alérgicas não são provocadas somente pelos pelinhos do bichano.
“A descamação que ocorre na pele, a urina que permanece no ambiente mesmo depois de limpo e até mesmo a saliva dos gatos são fatores desencadeantes de crises em pessoas geneticamente predispostas à alergia. Além do alérgeno específico do gato, a presença de animais no ambiente interno da casa aumenta a quantidade de ácaros, já que os ácaros se alimentam também de detritos de pele dos mesmos”, informa a especialista.
Doutora Carolina alerta para a presença de sintomas que, junto com a exposição ao animal, podem indicar uma alergia. São eles: espirros, coriza e/ou nariz entupido; dor facial (por congestão nasal); tosse, chiado, dificuldade para respirar; olhos lacrimejantes, vermelhos, irritados; erupções cutâneas e coceira. “Quase 30% das pessoas com asma, já tiveram uma crise asmática desencadeada por gato”, revela.
O melhor tratamento para a alergia a gatos, segundo a médica, é evitar o contato com o animal. Caso não seja possível evitar o contato, o tratamento com medicamentos pode ser iniciado de acordo com a manifestação clínica e gravidade da reação. “Já existem diversos estudos que demonstram o aumento da tolerância à exposição ao epitélio de gato através da imunoterapia específica (aplicação de alérgenos em doses progressivamente crescentes, através das vacinas alergênicas)”, relata.
Ainda conforme salienta a alergista e imunologista, quem é alérgico a gatos, dependendo da gravidade da alergia, pode ter sintomas até quando o gato mora no apartamento do vizinho, ou quando a avó, que tem um gato, vem visitar o neto sem trocar de roupa, por exemplo. “Pesquisas demonstram a presença de alérgenos do gato no ambiente até seis meses após a retirada do animal”, aponta. “De todo modo, se já possuir o animal e a alergia estiver controlada, é importante não permitir que ele fique no quarto ou que suba nas camas e estofados, além de realizar banhos semanais e, claro, fazer a limpeza adequada da casa”, orienta.
Curiosidade
De acordo com doutora Carolina, estudos comprovam que os machos possuem um hábito de marcar território urinando um número expressivo de vezes em relação as fêmeas, o que leva a induzir o entendimento de que os machos causam mais alergia, visto que a urina é uma substância alergênica.
Dra. Carolina Pennaforte
Foto por Ana Paula Grechi