Quando se houve falar em toxina botulínica, popularmente conhecida como botox, logo se pensa em procedimentos estéticos. Entretanto, o uso da substância tem sido cada vez mais amplo e eficaz. Suas indicações na neurologia, por exemplo, são diversas, demonstrando excelentes resultados.
Conforme destaca o neurologista Ricardo Miranda, as principais indicações da toxina botulínica em quadros neurológicos são as espasticidades (membros enrijecidos) após AVC, distonias – que são contrações involuntárias de alguma ou várias partes do corpo causando deformidades e/ou posturas anormais -, espasmo hemifacial e blefaroespasmo (contrações dos músculos da face).
Além disso, de acordo com o especialista, a toxina pode ser usada na enxaqueca refratária, em sudorese excessiva nas axilas e mãos, bem como no intuito de controlar a salivação exagerada em alguns pacientes, entre outras indicações. Falando sobre as vantagens do uso do botox na neurologia, doutor Ricardo salienta que há muito pouco efeito colateral. “O procedimento é minimamente invasivo (com agulhas finas) e na grande parte dos casos há boa resposta ao tratamento”, relata.
Algumas contraindicações ao tratamento com toxina botulínica, entretanto, são a alergia conhecida à toxina, gestação, doenças neurológicas que causam fraqueza generalizada e infecção no local de aplicação. Há outras contraindicações relativas, onde é necessário se avaliar caso a caso.
Habitualmente, segundo o neurologista, o procedimento é realizado no próprio consultório. A toxina é aplicada pelo especialista em pontos musculares específicos de cada doença (ou glândulas, no caso de salivação e sudorese excessivas). Tendo em vista que o tempo de efeito da medicação tem um prazo, é importante que a aplicação seja feita novamente a cada três a quatro meses.