O nascimento de um bebê é sempre motivo de alegria para a família. É tempo de festejar e fazer muitos planos. Mas algumas semanas depois, a mulher está diferente. Se sente angustiada e mergulha numa melancolia sem fim. Não tem disposição para cuidar do recém-nascido e realizar tarefas simples, como trocar as fraldas e amamentar, exigem dela um esforço enorme. Não restam dúvidas de que há algo de errado com essa mãe.
A vilã por trás dessa história é a depressão pós-parto. Trata-se de uma condição que afeta cerca de uma em cada cinco mulheres no período após o parto, atingindo mais de dois milhões de pessoas por ano no país. Os sintomas característicos são a tristeza profunda, desânimo, desesperança, melancolia e perda de interesse em atividades antes prazerosas, podendo ainda haver ainda alterações do sono e apetite, além de pensamentos de morte ou suicídio.
As causas são multifatoriais, ou seja, englobam vários fatores. “Sabemos que os hormônios têm um importante papel, mas também consideramos fatores genéticos e outros como insegurança com o novo, privação de sono, isolamento e falta de apoio familiar ou do parceiro”, ressalta a psiquiatra Débora Sena.
Tendo em vista as consequências negativas da depressão pós-parto à mãe e ao bebê, procurar ajuda especializada é essencial. “Buscar a ajuda médica é importante, pois a condição da depressão pós-parto pode levar a prejuízos cognitivos e afetivos no bebê”, alerta a especialista. “Além disso, em casos mais raros a depressão pode ‘evoluir’ para uma condição mais grave, que é a psicose puerperal”, completa.
Ainda conforme salienta doutora Débora, a prevenção da depressão pós-parto é possível, sendo semelhante à de qualquer transtorno mental. “É fundamental cuidar de si mesmo, tentando incluir atividades físicas, alimentação adequada e boas noites de sono. Ter o suporte da família e do companheiro também reduz as chances de surgir o transtorno”, aponta.
18 anos de Viver!
“Gostaria de parabenizar a revista Viver! por seus 18 anos levando informação de qualidade na área da saúde do Sul do estado, se tornando referência de publicações em saúde na nossa região”.
Doutora Débora Sena atende na Clínica Cachoeiro de Neurologia (CCN), localizada na Rua Dr. Raulino de Oliveira, 56, Centro, Cachoeiro de Itapemirim. Telefone: (28) 3511-1113.